O que muda com o Programa Mover e por que sua empresa deve prestar atenção
- pietro691
- 3 de set.
- 4 min de leitura
Imagine um veículo projetado não apenas para rodar mais, mas para gerar menos impacto ambiental, desde a produção dos materiais até o fim de sua vida útil. Ele consome menos combustível, incorpora materiais reciclados e, ao final do ciclo, tem suas peças reutilizadas ou recicladas com rastreabilidade e controle. Esse é o conceito de veículo sustentável que o Brasil começa a consolidar com o Programa Mover.
Sancionado em 2024 pela Lei nº 14.902 e regulamentado em abril de 2025, o Mover (Mobilidade Verde e Inovação) estabelece uma nova base regulatória para o setor automotivo, com foco em descarbonização, eficiência energética, circularidade e materiais sustentáveis.
O programa substitui o Rota 2030 e traz novas oportunidades para empresas que atuam na fabricação, desmontagem e reuso de veículos e peças. Neste artigo, explicamos os principais pontos:

O QUE É O PROGRAMA MOVER
Mover é uma nova política industrial de sustentabilidade e circularidade do setor automotivo brasileiro, que estabelece metas e incentivos para todos os novos veículos vendidos no Brasil a partir de junho de 2025.
Estão previstos R$ 19,3 bilhões em incentivos fiscais até 2028 para empresas que investirem em mobilidade limpa, eletrificação e reuso de materiais.

COMO FUNCIONA NA PRÁTICA
A partir de 1º de junho de 2025, a comercialização e importação de veículos novos exigirão o cumprimento de novos critérios em:
Eficiência energética
Reciclabilidade veicular
Rotulagem veicular
Desempenho estrutural e tecnologias assistivas
Pegada de carbono do produto no ciclo do berço ao túmulo (da produção dos materiais até o fim de vida do veículo), válido a partir de 2027.
Cada critério tem metas específicas, escalonadas até 2030. Veja um resumo simplificado:
Redução de emissões: veículos leves precisarão consumir 12% menos até 2027, com metas para CO₂ até 2030. A referência base é o consumo médio dos veículos comercializados em 2022.
Índice mínimo de reciclabilidade: o programa exige que pelo menos 1 a cada 10 veículos produzidos seja reciclado por meio de estruturas formalizadas, como os centros de desmontagem veicular (CDVs) homologados.
Reciclabilidade obrigatória: carros precisarão ter, no mínimo, 85% de seus materiais recicláveis até 2030.
Rotulagem ambiental: fica obrigatório informar a eficiência energética e a origem das peças.
IPI Verde – Descontos e penalidades: o programa adota um sistema de bônus e malus tributário com base em desempenho ambiental.
→Veículos que cumprem as metas ambientais terão até 2 pontos de desconto no IPI.
→ Modelos que não cumprirem as exigências poderão sofrer aumento da alíquota ou multa compensatória de até 20% sobre a receita
POR QUE ISSO IMPORTA
O setor automotivo representa cerca de 13% das emissões de CO₂ no Brasil, segundo estimativa do BCG e da Anfavea, e essas medidas devem reduzir esse impacto até 2030.
A cadeia de reciclagem automotiva pode movimentar até R$ 40 bilhões por ano no Brasil, consolidando-se como vetor econômico relevante da nova mobilidade.
O programa antecipa tendências globais e pressiona o setor a repensar todo o ciclo de vida do veículo, não só a produção.
Pela primeira vez, a medição de emissões passará a considerar não apenas o consumo direto do veículo (“tanque à roda”), mas também etapas anteriores, desde a produção do combustível até o seu uso (“poço à roda”) e, futuramente, o ciclo completo de vida do produto (“berço ao túmulo”).
Empresas que se adaptarem primeiro terão vantagem competitiva e acesso prioritário a benefícios fiscais.
Recursos serão distribuídos entre empresas que comprovarem investimentos em pesquisa e desenvolvimento voltados à mobilidade limpa, conectividade veicular, novas propulsões e reuso de materiais.
Estão previstas isenções de IPI, IRPJ e CSLL, além de benefícios adicionais para empresas que cumprirem as metas antecipadamente.
QUEM SERÁ IMPACTADO
Montadoras: precisarão comprovar redução de emissões e rastrear o impacto ambiental de suas cadeias.
Fabricantes de autopeças: terão incentivos para nacionalizar e reaproveitar materiais.
Frotas e operadores logísticos: poderão economizar ao adotar peças reutilizadas e alinhar-se a critérios ESG.
CDVs e empresas circulares: passam a ter papel central na transição ambiental do setor.
COMO O PROGRAMA SERÁ ORGANIZADO?
O programa está centralizado na Plataforma Mover, que é o ambiente digital do governo federal que organiza e viabiliza a sua execução. Toda a gestão é feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC)
A plataforma será responsável por homologar CDVs, registrar desmontagens, emitir certificados digitais e permitir que montadoras e fabricantes utilizem esses documentos para comprovar metas de reciclabilidade e obter abatimento no IPI via integração com a Receita Federal.
ONDE A OCTA ENTRA
A Octa atua justamente onde o Mover cria nova demanda:
Desmonta veículos de forma legal e rastreada;
Reaproveita peças com procedência e emissão de nota fiscal;
Evita emissões ligadas à produção de novos componentes;
Atende CDVs homologados, empresas e frotistas que agora precisam provar impacto ambiental positivo.
Além disso, com o avanço do Mover, projetos da Octa ligados à digitalização da desmontagem, rastreamento de peças e engenharia reversa podem se enquadrar nas linhas de fomento público.
OPORTUNIDADE ESTRATÉGICA
Para empresas que atuam em mobilidade, transporte, logística e manutenção automotiva, o Mover representa:
Um novo conjunto de obrigações regulatórias
Mas também um ambiente de incentivo para inovação e economia circular
A Octa já opera dentro desse novo padrão. Agora, o mercado todo começa a seguir o mesmo caminho.
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